Lantana: Guia com a origens, características, seus usos, formas de cultivo, cuidados e doenças
Aqui no sítio encontramos e fotografamos cinco variedades do gênero Lantana que habitam espontaneamente a região. Dentro desta variedade identificamos duas espécies (L. camara e L. trifolia) que começamos a cuidar e cultivar.
O nome Lantana foi atribuído a este gênero de planta pelo botânico Carl Nilsson Linnaeus, porque possuía folhas similares às folhas da espécie Viburnum lantana, enquanto que o nome específico camara faz referência aos seus nomes populares camará e cambará, que derivam dos termos tupi caa (planta) e mbaraá (enfermidade), sendo que a etimologia desses nomes estão associadas às suas propriedades terapêuticas. Conforme revisão bibliográfica realizada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Quais as origens e características da Lantana?
As espécies de Lantana estão presentes no Brasil e em outras regiões quentes do continente americano. São plantas arbustivas perenes, com alturas variando entre 0,30m e 2,00m, sendo habitual crescer até em torno de 1,00 m. Tem um crescimento rápido, caule bastante ramificado e florescimento abundante, que só diminui um pouco no inverno.
De onde a Lantana é nativa
A lantana é um gênero que abarca mais de 100 espécies arbustivas com distribuição cosmopolita, nativa das regiões mais quentes da América do Sul e da América Central.
Como são as folhas da Lantana
Estas plantas apresentam folhas simples e ásperas, grossas e rugosas, com tricomas em ambas as faces e que mantêm-se sempre verdes, mesmo na época da seca.
São folhas de cor verde-escuro do lado adaxial e mais claro no lado abaxial, com filotaxia oposta cruzada, de formato ovalado, com 10 centímetros de comprimento, margem dentada e com aroma intenso e característico, semelhante ao da erva-cidreira.
Como é a floração da Lantana
As flores são agrupadas em corimbos muito densos que alcançam os 3 centímetros de comprimento, enquanto seu pedúnculo pode ter até 4 centímetros de largura. Apresentam várias cores, com destaque para as cores rosa, vermelha, amarela, laranja e branca.
São muito aromáticas e florescem quase o ano inteiro, desta forma atraem diversos agentes polinizadores como borboletas, abelhas e pássaros. A floração começa na primavera e pode durar até o início do outono, dependendo dos cuidados que foram empregados durante o cultivo.
Outro destaque ornamental nas flores da Lantana é a mudança das cores e tonalidades ao longo do processo de desenvovimento das pétalas.
Iniciam a mudança de cor a partir da borda externa da inflorescência em direção ao interior, sendo que as flores mais velhas e desenvolvidas ficam posicionadas na borda e as mais novas no centro, de tal forma que num mesmo corimbo existam flores de 3 cores diferentes. As flores podem ser amarelas nas primeiras etapas de desenvolvimento, mas depois tornam-se cor de laranja para na sequência tornarem-se da cor vermelha.
Após um longo período de floração e exuberância, a Lantana inicia o processo de desenvolvimento dos seus frutos em forma de bagas, que são tóxicas para consumo humano ou de animais de criação.
Outras espécies do gênero Lantana
Além da Lantana camara, existe uma grande variedade de outras espécies com vasta distribuição geográfica e que também tem uso medicinal e paisagístico.
Exemplo disso são as espécies Lantana trifolia, montevidensis e undulata que são utilizadas em jardins e instalações paisagísticas por também serem muito ornamentais. As minilantanas representam mais alternativas que oferecem outras opções de cores e são ótimas forrações.
A Lantana montevidensis, popularmente conhecida como lantana-pendente, é nativa da América do Sul, foi descoberta em Montevidéu, por isso recebeu este nome científico. Tem ramos de até 1,00 m de comprimento, sendo indicada para locais mais frios, como o sul do Brasil.
Existem ainda outras espécies que permanecem com a coloração das inflorescências inalterada. É o caso da Lantana undulata, popularmente conhecida como lantana-branca, originária do sudeste, nordeste e norte do Brasil. Suas flores são brancas e apresenta porte arbustivo de até 1,20 m.
No Brasil, é possível encontrar outras lantanas tão fáceis de cultivar quanto a Lantana camara, o que aumenta o número de opções de cores à disposição. Outro exemplo é a variedade lutea da Lantana, que tem flores roxas e amarelas, mas não apresenta o degradê de cores tão comum às outras espécies.
Quais são os usos dados para a Lantana?
As lantanas são muito usadas na medicina popular, no paisagismo e jardinagem.
Uso medicinal da Lantana
Na medicina popular, a Lantana camara é tradicionalmente utilizada como diurético, expectorante, anti-hemorrágico, antirreumático, febrífugo, enquanto suas raízes são utilizadas como anticonvulsivo.
Existe a necessidade de alerta e cuidado ao utilizar a planta para fins medicinais, pois suas folhas e frutos são tóxicos quando verdes, diferentemente dos frutos maduros que não apresentam toxicidade e são consumidos pelos animais.
Uso paisagístico da Lantana
Nos projetos de paisagismo que usam plantas nativas, elas são muito indicadas, pois são rústicas, exigindo poucos cuidados, formam arbustos maciços e dão flores quase o ano todo.
Como atingem facilmente entre 1 e 2 metros de altura, esses arbustos formam eficientes cercas vivas margeando caminhos e canteiros, contrastando com suas delicadas e exuberantes flores. Através de podas adequadas, pode também ser moldada no formato de arvoreta.
Existem as variedades miniaturizadas da Lantana, que não passam de 50 centímetros e são indicadas para forração de grandes áreas externas.
Como cultivar a Lantana: plantação, reprodução e transplante
A Lantana é uma planta bem rústica e pouco exigente, ideal para iniciantes que pretendem cultivá-la em seus jardins. Através de processos simples, explicados passo a passo ao longo deste artigo, você poderá plantar, reproduzir e transplantar a Lantana.
Como plantar a Lantana corretamente
O período indicado para a plantação da Lantana é no início da primavera, após a época de frio e geadas. Pode ser cultivada diretamente no solo ou em vasos e jardineiras.
Uma exigência importante ao se plantar a Lantana é que o solo do local deve ter boa drenagem, pois esta planta não tem muita tolerância a solos enxarcados ou frequentes alagamentos.
No plantio, a recomendação é garantir covas grandes, com 20 centímetros de largura por 20 centímetros de profundidade, para mudas com 10 centímetros de altura. Este espaço onde a muda será plantada deve receber uma mistura em partes iguais de terra vegetal, húmus de minhoca e areia.
Para que as mudas tenham mais sucesso após o plantio, a irrigação deve ser diária por duas ou três semanas, depois deste prazo, basta regar uma vez por semana se não chover.
Como reproduzir a Lantana com sucesso
A reprodução da Lantana pode ocorrer naturalmente por dispersão de sementes, mas para obtenção de mudas em larga escala para paisagismo é mais indicado o método de reprodução por estacas.
Como transplantar a Lantana de forma adequada
O ideal é que a Lantana seja transplantada e receba cuidados a cada dois anos, no início do verão. Desta forma a planta estará sempre renovada e com vigor para seguir crescendo e florescendo.
Durante o processo de transplante é necessário realizar podas de manutenção nas raízes, cortando aquelas que estejam em estado deteriorado, murchas ou secas. Após a eliminação as raízes problemáticas, a planta pode ser transplantada para um novo vaso ou diretamente para o solo.
Quais cuidados a Lantana precisa para crescer e se desenvolver bem?
Apesar de ser uma planta bem rústica e pouco exigente, a Lantana precisa de cuidados básicos com regas e adubação, além disso também requer manutenção anual bastante simples e prática, com podas e replantio.
Cultive a Lantana em local com muita luminosidade
Para que as Lantanas manifestem todo seu potencial paisagístico, florescendo com abundância, é fundamental que sejam cultivadas sob sol pleno. Ao escolher um local para plantar a Lantana, é muito importante que seja um local com muita incidência solar e que ofereça alguma proteção contra ventos em excesso.
Regue a Lantana de forma regular e moderada
A Lantana não tolera solo enxarcado ou alagamentos frequentes, por isso é preferível que a rega seja moderada e com baixa frequência (uma ou duas vezes por semana é suficiente), evitando qualquer excesso, que pode provocar o aparecimento de fungos ou outras doenças. Esta é uma planta que pode tolerar alguns períodos de seca, caso esteja protegida de vento intenso, que pode ressecar o solo.
Promova adubação da Lantana anualmente
Para melhorar a produção de flores e aumentar a quantidade de corimbos, deve-se aplicar um adubo específico para plantas com flores. Este adubo deve-se diluir com a água da rega. Utilize-o quinzenalmente. Comece assim que chegue a primavera. Nos meses de mais calor (verão) não necessita de adições extra, pelo que pode parar com o fornecimento de fertilizantes. A adubação de reforço deve ocorrer anualmente. Uma boa receita é incorporar ao solo, ao redor do arbusto, 50 g de uma mistura de farinha de osso, torta de mamona e NPK 4-14-8 em partes iguais.
Realize podas anuais de manutenção
Pode-se realizar uma poda de manutenção, ou dito de outro modo, retirar as áreas da planta que se encontrem em mau estado. podas sanitarias, estruturais e paisagisticas A melhor época para o fazer é no final do inverno, mesmo antes de começar a primavera. E para obter uma mata de folhas mais compacta e densa, apare os ramos a dois terços da altura. Também pode apertar as pontas para estimular a ramificação.
Além disso, deve considerar o tamanho que o arbusto poderá alcançar. O normal é deixar aproximadamente 80 centímetros de distância entre a lantana e as paredes, árvores ou outras plantas.
Pragas e doenças da lantana
Atualmente, existem poucas pragas e doenças que possam atacar a lantana, dado que se considera uma planta resistente. No entanto, não está isenta de sofrer as consequências derivadas de: “Não costumam ser atacadas por pragas e, logicamente, quanto mais bem tratadas com água, matéria orgânica e adubo, mais respondem com sua beleza”,.