Como fazemos adubação verde em nossa agrofloresta
A sustentabilidade dos sistemas agroflorestais que temos aqui no sÃtio é influenciada pelas práticas de manejo que aplicamos nos solos e nas culturas.
A adubação verde é uma técnica de manejo agrÃcola muito utilizada nas agroflorestas e hortas agroecológicas, substituindo de maneira eficiente muitos dos adubos sintéticos produzidos em laboratório. É uma prática que, entre outros benefÃcios, melhora a fertilidade do solo e a produtividade das culturas inseridas no sistema.
Plantas cultivadas para adubação verde
Através do cultivo de determinadas plantas e seu correto manejo, a adubação verde tem o potencial para ser uma abundante fonte de matéria orgânica para fixação e reciclagem de nutrientes, plantadas nas linhas ou entrelinhas do sistema agroflorestal, sendo posteriormente podadas ou cortadas antes que gerem frutos e sementes. Toda esta biomassa é triturada e volta para o solo dos canteiros, formando uma importante cobertura vegetal protetora e enriquecedora, liberando nutrientes, mantendo umidade e aumentando a fertilidade de todo o sistema.
Como usamos o Margaridão na agrofloresta
Apesar de ser uma espécie exótica trazida da América Central para o Brasil, o Margaridão é utilizado com o propósito de ser uma abundante fonte de biomassa para a agrofloresta.
É uma planta que tem crescimento muito vigoroso no verão, produzindo muita biomassa para ser utilizada na adubação verde, justamente por isso precisa de um cuidado maior e manejo constante, pois se espalha com facilidade. Depois que atinge o auge de produção de biomassa, uma poda agressiva é feita antes de produzirem sementes, toda a biomassa é triturada e depositada nos canteiros da nossa agrofloresta.
Outra constribuição relevante do Margaridão é que, por ter flores em abundância, atrai muitos polinizadores, principalmente as abelhas. Isso aumente a biodiversidade e também proporciona mais eficiência ao sitema.
Se você quiser saber mais sobre o Margaridão, pode conferir o artigo que fizemos com identificação biológica, fotografias e descrição completa desta planta. Clique aqui para ter acesso.
Como usamos a Crotalária na agrofloresta
A maioria das plantas mais utilizadas para adubação verde são exóticas no Brasil, mas a Crotalaria é nativa e por isso mais indicada em muitos casos, na tentativa de amenizar os impactos causados pelas leguminosas exóticas em determinados tipos de solo. É um cultivar de verão com crescimento rápido e vigoroso, possui a maior relação entre produção de biomassa em menor tempo, podendo assim disponibilizar uma quantidade maior de biomassa para o solo.
Ela têm a propriedade de estabelecer uma relação de simbiose com rizóbios, bactérias fixadoras de nitrogênio presentes no solo, que retiram o nitrogênio da atmosfera e podem transferir este gás para a Crotalária. Outra interação simbiótica que a Crotalária tem capacidade de estabelecer é com as micorrizas, ou fungos micorrÃzicos arbusculares, que são associações simbióticas entre fungos da ordem Glomales e raÃzes da maioria das plantas vasculares. A formação de micorrizas provoca alterações fisiológicas que impactam positivamente no crescimento da planta hospedeira. As micorrizas favorecem um maior contato com o solo pelas raÃzes que foram colonizadas, aumentando a absorção de fósforo (P) e de outros nutrientes de baixa mobilidade, reduzem a incidência de ataques patogênicos nas raÃzes e aumentam a resistência ao estresse hÃdrico.
O nitrogênio é um dos nutrientes que mais efeito limitante no crescimento e desenvolvimento normal das plantas, por isso a utilização dos adubos verdes, capazes de realizar a fixação biológica de nitrogênio é eficientemente, podendo apresentar contribuições consideráveis na viabilidade econômica e sustentabilidade dos sistemas de produção.
Também fizemos um artigo mais detalhado sobre a crotalária com identificação biológica e fotografias, você pode conferir clicando aqui.